De imediato escrevi isso e reafirmo: é digno que alguns atletas homens ganhem mais do que as mulheres, porque dão mais retorno financeiro a seus patrocinadores e já que despertam mais interesse do público. Uma coisa leva a outra. A questão é que o Campeonato Brasileiro feminino de futebol de 2017 coloca em xeque justamente a quantidade de gente interessada em ver de perto mulheres jogando futebol.
E isso merece aplauso, reflexão e, sim, mais investimento. A Arena da Amazônia, um dos elefantes brancos que a Copa de 2014 nos deixou de legado, voltou ao noticiário, no entanto por uma excelente justificativa. Somando o público das quartas de final e o da semifinal do Campeonato Brasileiro feminino, o estádio recebeu 40 1 mil pessoas. O Iranduba, time recinto, tem conseguido um feito que nem ao menos o campeonato masculino foi capaz, o de afastar as moscas da arena, que vinha servindo até como lugar pra cerimônias de casamento pra reduzir o rombo que sua manutenção deixa.
Mas isto não ocorreu por milagre. O time feminino tem recebido suporte do governo do Estado e, no ano anterior, contratou um dirigente experiente e jogadoras competitivas para profissionalizar a equipe. Logo de cara, as crianças chegaram à fase do mata-mata. Nesta ocasião foram mais remoto, disputaram a semifinal com o Santos, que acabou de ser campeão contra o Corinthians, jogando em uma Vila Belmiro lo-ta-da.
No ano anterior, o diretor de futebol do Iranduba, Lauro Tentardini, argumentou em uma entrevista ao site Dibradoras, especializado em futebol feminino, que o projeto é ser o maior clube de futebol feminino em 5 anos. Percebe-se que ele -e elas- estão levando o estímulo a sério. O sucesso de público do Brasileiro feminino, com destaque pra façanha do Iranduba de encher a residência para ver de perto mulheres jogando bola, deveria acordar em dirigentes e patrocinadores uma relevante reflexão.
A ausência de interesse do público, nesse caso, não justifica mais o pouco investimento e pequenos salários pras mulheres. Neste instante ouvi inclusive jornalistas dizerem que futebol feminino é chato. Não é o que parece para os torcedores que lotaram os jogos do Enem 2018 Recinto De Prova . O que seria melhor, pois? Aguardar o reconhecimento da torcida e depois investir ou o inverso, como fez o inglês Lewes FC? A Folha publicou na sexta (21) a decisão do time de igualar os salários de mulheres e homens.
A motivação não tem a ver com o interesse da plateia. Os jogos femininos costumam trazer menos da metade de torcedores, apesar de estarem na terceira divisão, enquanto os homens disputam a oitava. Os dirigentes explicam que a ideia é gerar discussão sobre a disparidade entre salários e que a iniciativa bem como sirva para aperfeiçoar as condições do futebol feminino.
Não é uma inevitabilidade somente do futebol. A tabela dos atletas mais bem pagos do mundo, divulgada por este ano na revista "Forbes", tem jogadores de futebol, de basquete, tenistas, corredores de F-1. São computados salários, bônus e contratos publicitários. Cristiano Ronaldo é o primeiro pelo segundo ano consecutivo. Não tenho dúvida de que ele mereça cada euro Milionários Listam 6 Estratégias Pra Ganhar Dinheiro Através do Zero . Cursos Gratuitos Certificados Pelo MEC ranking há uma única mulher mencionada, na 51ª posição: Serena Williams. É para pensar ou não?